Visão geral do artigo
- O que é EAT e o que são sites YMYL? O que essas siglas significam?
- A sigla EAT significa “Expertise, Authoritativeness, Trustworthiness” (Especialidade, Autoridade, Confiabilidade) e YMYL significa “Your Money or Your Life” (Seu Dinheiro ou Sua vida).
- Veja como as diretrizes do Google podem ajudar na forma como você escreve, estrutura e publica conteúdos.
Se você já se perguntou como decifrar o algoritmo de classificação do Google, você não está sozinho.
O Google mantém segredo sobre o funcionamento dos seus algoritmos e sobre o que muda a cada atualização, assim como os impactos que isso traz para profissionais de marketing e SEO. Por conta disso, muitas pessoas fazem um verdadeiro trabalho investigativo para descobrir esses segredos e impedir que seus sites percam posições na SERP.
No entanto, às vezes, o próprio Google fornece informações que nos ajudam a esclarecer algumas dessas dúvidas.
Em 2015, o Google liberou acesso ao seu documento General Guidelines, em resposta a uma versão que vazou na internet.
Essas diretrizes detalham como o Google enxerga cada página na web e como seus algoritmos diferenciam conteúdos de alta qualidade dos demais. Veja quais são elas:
- Finalidade benéfica
- E-A-T (Expertise, Authoritativeness, Trustworthiness – em português, Especialidade, Autoridade, Confiabilidade)
- YMYL (Your Money or Your Life – em português, Seu Dinheiro ou Sua vida)
Tecnicamente, as diretrizes servem como referência para a avaliação do Google por humanos — pessoas que avaliam o desempenho do algoritmo. No entanto, por causa disso, este guia também serve como uma ferramenta essencial para se obter insights sobre o que o Google procura em uma página para considerá-la de alta qualidade.
As respostas são justamente o EAT, o YMYL e a finalidade benéfica – o que elas significam e como se aplicam ao conteúdo.
Vamos ver o que você precisa saber sobre cada uma delas.
Finalidade benéfica, EAT e YMYL: as chaves para entender a definição de qualidade do Google
As General Guidelines foram atualizadas quatro vezes: em julho de 2018, maio de 2019, outubro de 2021 e em julho de 2022. Várias atualizações de algoritmo também ocorreram desde então – algumas muito importantes.
Lembre-se de que essas diretrizes são apenas pistas, e não respostas definitivas sobre os fatores de classificação do Google. Dessa fora, o que pode podemos fazer é analisá-las e buscar compreender seu significado.
Felizmente, há mais do que o suficiente no documento para garantir que nosso conteúdo esteja adequado ao que os algoritmos buscam.
Vamos entender melhor.
Finalidade benéfica
Desde a primeira atualização, uma das mudanças mais significativas foi a nova ênfase em um conceito chamado finalidade benéfica.
O Google faz referência a elas na seção 2.2: Qual é o objetivo de uma página da web?
“Sites e páginas devem ser criados para ajudar os usuários.”
A página deve cumprir a finalidade a que se propõe, mas também deve ser centrada no usuário (para fazê-lo rir, comprar algo, se informar, aprender etc.):
A “finalidade benéfica” é referenciada novamente na seção 3.1 do documento e é citada como o primeiro fator a ser considerado para avaliar a qualidade de uma página.
A atualização do Google Core de junho de 2019 também enfatizou a finalidade benéfica. Os porta-vozes do Google (John Mueller e Danny Sullivan) deram a entender que os sites que perderam posições não tinham “nada para consertar” e a atualização possuía um escopo mais amplo.
We tell lots of things to do. Improve site speed. Consider secure. Etc. But that’s not what this update was about. It’s broad. And respectfully, I think telling people there’s no particular thing to “fix” is indeed helpful. It means, hopefully, they think more broadly…
— Danny Sullivan (@dannysullivan) August 1, 2018
Tradução livre: “Costumamos indicar muitas coisas para aprimorar. Melhorar a velocidade do site, levar em conta a segurança etc. Mas não é disso que se trata esta atualização. Ela é ampla. E acho que é útil dizer às pessoas que não há algo específico para “consertar”. Significa, espero, que eles pensem de forma mais ampla…”
John Mueller colocou um link para o artigo do Google que destacava a necessidade de “proporcionar a melhor experiência do usuário possível nos sites” para ranquear melhor; o recomendado é “não se concentrar muito no que acham que são os algoritmos ou sinais atuais de classificação do Google”.
Ou seja: coloque os usuários em primeiro lugar. A finalidade benéfica se encaixa muito bem nessa definição, porque significa que seu site e seus conteúdos devem ser focados no usuário de modo a beneficiá-lo de alguma forma.
YMYL: Your Money or Your Life
Conteúdos Your Money or Your Life (YMYL) são aqueles que, se apresentados de forma inadequada, falsa ou enganosa, podem impactar diretamente no bem-estar, saúde, segurança ou estabilidade financeira do leitor.
Se você criar uma página YMYL com informações imprecisas ou conselhos ruins, pode afetar a vida e o sustento das pessoas. O Google leva esse conteúdo muito a sério.
Mas o que são os tópicos YMYL? O Google nos dá um resumo na seção 2.3.
Essa parte das diretrizes foi totalmente modificada na atualização de julho de 2022. Anteriormente, o documento elencava diferentes categorias de páginas. Agora, elas foram removidas, e a nova versão traz tópicos com “alto risco de provocar danos”. Isso envolve assuntos que podem impactar a saúde, a estabilidade financeira, a segurança das pessoas, bem como o bem-estar da sociedade.
Existem muitos outros tópicos, mas o Google diz que seus avaliadores precisam usar seu senso crítico para determinar se uma página se qualifica como conteúdo YMYL ou não.
E-A-T: Expertise, Authoritativeness, Trustworthiness
EAT é a abreviação de Expertise, Authoritativeness, Trustworthiness, que significam Especialidade (ou Experiência), Autoridade e Confiabilidade.
A atualização de maio de 2019 mudou um pouco a importância do EAT. Agora, é um fator para determinar a qualidade da página, em vez de um sinônimo para a qualidade da página.
Uma vez determinado que a página tem uma finalidade benéfica, seu nível de EAT é avaliado para verificar se o seu conteúdo é YMYL. Conteúdos que não sejam YMYL não requerem o mesmo rigor.
1. Expertise: Refere-se ao criador do conteúdo principal da página. É um especialista no assunto? Tem a formação para darmsuporte às suas afirmações? Essas informações estão disponíveis no site?
- Em uma das atualizações recentes, o Google abriu uma exceção para o que ele chama de “experiência cotidiana”. Isso significa que pessoas com experiência de vida em tópicos específicos podem ser consideradas especialistas, sem a necessidade de treinamento ou educação formal. Isso vale, inclusive, para tópicos YMYL.
- De acordo com a seção 4.5, o “padrão de especialidade depende do tópico da página”. O documento traz como exemplo que matérias jornalísticas e páginas de divulgação científica devem ater-se a consensos científicos estabelecidos onde haja tal consenso.
2. Authoritativeness: Refere-se ao criador do conteúdo principal, ao conteúdo em si e ao site no qual ele aparece. A definição de “autoridade” nos dá uma pista sobre o que isso significa para o Google:
“Authoritativeness” significa, portanto, ter a autoridade reconhecida. As pessoas conhecem uma determinada marca, conhecem sua história e a consideram líder no seu setor. Elas a consideram como uma fonte fidedigna de informação.
3. Trustworthiness: A parte “Confiabilidade” do EAT também se refere ao criador do conteúdo principal, ao conteúdo em si e ao site.
Ser um especialista e uma fonte confiável significa que as pessoas podem confiar no site ou na pessoa para fornecer informações verdadeiras e precisas.
Considerações Especiais sobre EAT
As diretrizes destacam determinados tópicos que exigem alto EAT. Páginas que tratam dos seguintes tópicos precisam de conhecimento especializado na criação dos seus conteúdos:
- Orientações médicas
- Matérias jornalísticas
- Divulgação científica
- Consultoria financeira, jurídica, tributária etc.
- Orientações sobre assuntos como reformas e paternidade
- Hobbies que exigem expertise, como fotografia, instrumentos musicais etc.
Conteúdo de alta qualidade é conteúdo especializado e focado no usuário
Para criar conteúdo de alta qualidade para classificar bem na SERP, você precisa observar os três pilares indicados nas General Guidelines do Google: finalidade benéfica, EAT e YMYL.
- Cada página deve ter uma finalidade, e ela deve beneficiar o usuário.
- Cada página precisa de especialidade. Algumas páginas exigem níveis mais altos de EAT do que outras devido ao assunto que abordam. Em alguns casos, sobretudo para páginas não YMYL, a evidência da expertise pode ser encontrada no próprio conteúdo.
- Páginas YMYL precisam que o EAT seja o mais alto possível. Essas páginas podem ter um impacto direto na vida, no sustento ou no bem-estar do leitor.
Por fim, lembre-se de que as diretrizes do Google mudam constantemente. Isso acontece porque as expectativas dos usuários em relação à pesquisa também estão sempre mudando.
O Google precisa acompanhá-las continuamente para permanecer relevante – e você também.